sábado, 23 de abril de 2011

BRUCE LEE - A LENDA

Bruce Lee (São Francisco, 27 de novembro de 1940 — Hong Kong, 20 de julho de 1973. É considerado o artista marcial mais importante do século XX. Foi o responsável pela popularização dos filmes de Hong Kong no mundo.
Desde cedo Bruce Lee treinava Tai Chi com seu pai e também aprendeu Wing Chun dos 13 aos 18 anos com o famoso mestre Yip Man, no qual foi apresentado ao estilo pelo seu amigo William Cheung em 1954. Anos mais tarde, o próprio William Cheung disse que Bruce Lee evoluiu muito rápido no Wing Chun, ultrapassando em pouco tempo a habilidade de muitos alunos mais antigos. Bruce tinha uma facilidade acima do comum para aprender e executar os movimentos ensinados pelo seu mestre. Como em muitas das escolas de artes marciais na época, os alunos eram ensinados por outros alunos mais graduados. Mas Yip Man começou a treinar Lee em particular após alguns alunos se recusarem a treiná-lo, pelo fato de que sua mãe não era totalmente chinesa (o avô materno de Bruce era alemão e sua avó Chinesa) e a maioria dos chineses naquele tempo recusavam-se a ensinar artes marciais aos ocidentais e aos mestiços.

Após a guerra, Hong Kong era um lugar difícil de se crescer. Havia diversas gangues pelas ruas da cidade e Lee foi muitas vezes forçado a lutar contra elas. Mas Bruce gostava de desafios um contra um e por diversas vezes enfrentou membros dessas gangues. Mesmo com o pedido de seus pais para que ele se afastasse desse cotidiano, pouco adiantou. Devido aos desafios que Bruce venceu as confusões vinham naturalmente até ele.
Aos 18 anos de idade, Bruce Lee foi para os Estados Unidos, com 100 dólares no bolso e 2 títulos de campeão de Boxe de 1957 e 1958 de Hong Kong. Depois de viver em São Francisco por vários meses, ele se mudou para Seattle no outono de 1959, para continuar seus estudos e trabalhou para Ruby Chow como garçom e lavador de pratos em seu restaurante.

Ruby era esposa de um amigo de seu pai. Seu irmão mais velho Peter Lee também acolheu Bruce Lee em Seattle para uma pequena estadia. Em dezembro de 1960, Lee concluiu o ensino médio e recebeu seu diploma da Edison Technical School (agora Seattle Central Community College, localizado em Capitol Hill, Seattle).

Em março de 1961, matriculou-se na Universidade de Washington e estudou filosofia. Também estudou teatro e psicologia. Foi na Universidade de Washington que conheceu sua futura esposa, Linda Emery, com quem se casaria em agosto de 1964.

Bruce teve dois filhos com Linda, Brandon Lee e Shannon Lee.

De todas as partes do corpo que Bruce Lee desenvolveu, os seus músculos abdominais eram os mais espetaculares: sólidos como pedra ao toque, profundamente cortados e altamente definidos. Bruce acreditava que os abdominais eram um dos mais importantes grupos musculares para um artista marcial já que virtualmente todo movimento requer algum grau de trabalho abdominal.

Ele sentia que muitos artistas marciais daqueles dias não tinham aptidão física necessária para acompanhá-lo. A esposa de Lee, Linda Emery, afirma que o seu falecido marido "era um fanático por treinos abdominais. Estava sempre a fazer sit-ups, abdominais, movimentos de cadeira romanos, elevações de perna, e V-ups."

De acordo com algumas notas iniciais de Lee, o seu treino diário abdominal incluía:

Torção de Cintura - quatro séries de 90 repetições.
Sentar para cima (sit-ups) com torções - quatro séries de 20 repetições.
Elevações de perna - quatro séries de 20 repetições.
Torções inclinadas - quatro séries de 50 repetições.
Pontapés em posição de rã - quatro séries de 50 repetições.
A convite de Ed Parker, Lee apareceu em 1964 no Long Beach International Karate Championships para apresentações de suas flexões sobre os dedos (usando o polegar e o dedo indicador). No mesmo evento em Long Beach, também apresentou o famoso "soco de uma polegada".

Seu voluntário para a demonstração do soco foi Bob Baker de Stockton, Califórnia. "Eu disse a Bruce que não faria esse tipo de demonstração de novo", lembrou. "Quando ele me deu um soco da última vez, eu tive que ficar em casa sem trabalhar, porque a dor no peito era insuportável."

Foi em 1964 em um campeonato onde Lee conheceu o mestre de taekwondo, Jhoon Rhee. Os dois desenvolveram uma amizade - uma relação em que ambos se beneficiaram como artistas marciais. Jhoon Rhee ensinou seu chute lateral a Lee, e em retribuição Lee o ensinou o seu "soco telegráfico".

Lee também apareceu em 1967, no Long Beach International Karate Championships e realizou diversas apresentações, incluindo o famoso soco "imparável" contra o campeão mundial de karatê, Vic Moore. Lee disse que ia dar um soco em seu rosto, e tudo o que Moore tinha que fazer era tentar bloqueá-lo. Lee deu alguns passos para trás e perguntou se Moore estava pronto, Moore faz sinal positivo com a cabeça, Lee então deu um soco em linha reta diretamente para o rosto de Moore, e parou antes do impacto. Em oito tentativas, Moore não conseguiu bloquear qualquer dos socos.

O pai de Lee, Hoi-Chuen era um famoso astro da ópera cantonesa. Bruce foi introduzido em filmes em uma idade muito jovem e apareceu em vários curtas ainda em preto-e-branco quando era criança. Lee teve seu primeiro papel ainda como um bebê. Na época em que tinha 18 anos, ele já tinha aparecido em vinte filmes.
Nos Estados Unidos entre 1959 e 1964, Lee abandonou os pensamentos de uma carreira no cinema em favor da dedicação total às artes marciais. William Lee Dozier o convidou para uma audição após assistir uma de suas apresentações de artes marciais. Lee impressionou tanto os produtores com sua agilidade que ganhou o papel de Kato ao lado de Van Williams na série de TV O Besouro Verde. O show durou apenas uma temporada, de 1966 a 1967. Além disso apareceu diversas vezes em participações em várias séries televisivas, incluindo Ironside (1967) e Here Come the Brides (1969). Em 1969, Lee fez uma breve aparição em seu primeiro filme estadunidense Marlowe onde interpretava um capanga contratado para intimidar o detetive particular Philip Marlowe (interpretado por James Garner), esmagando o seu escritório com chutes e socos. Em 1971, Lee atuou em quatro episódios da série de televisão Longstreet como o instrutor de artes marciais do personagem principal Mike (interpretado por James Franciscus).

De acordo com declarações feitas por Bruce Lee, e também por Linda Lee após a morte de Bruce, em 1971, Bruce lançou uma série de televisão de sua autoria intitulado "A Warrior", discussões que também foram confirmados pela Warner Bros. Segundo Cadwell, no entanto, a ideia de Lee foi adaptada e rebatizada de Kung Fu, mas a Warner Bros não lhe deu nenhum crédito. Em vez disso o papel do monge Shaolin do Velho Oeste, foi dado ao então não-artista marcial David Carradine pelo medo de um heroi chinês não agradar ao público.

Não estando satisfeito com seus papéis de apoio nos EUA, Lee retornou para Hong Kong. Sem saber que "O Besouro Verde" tinha sido exibido e feito muito sucesso em Hong Kong sendo oficialmente chamado de "O Show do Kato", foi surpreendido ao ser reconhecido na rua como a "estrela" do show. Então lhe foi oferecido um contrato de cinema pelo lendário diretor Raymond Chow para estrelar dois filmes produzidos por sua produtora Golden Harvest. Lee atuou seu primeiro papel principal em O Dragão Chinês (1971) que foi um enorme sucesso de bilheteria em toda a Ásia e o lançou ao estrelato. Logo em seguida atuou em A Fúria do Dragão (1972) que quebrou os recordes de bilheteria anteriormente estabelecidos pelo Dragão Chinês. Tendo terminado o seu primeiro contrato de dois anos, Lee negociou um novo contrato com a Golden Harvest. E depois formou sua própria companhia Concord Productions Inc, com Chow. Para o seu terceiro filme, O Vôo do Dragão (1972), foi dado o controle completo de produção do filme como o escritor, diretor, astro e coreógrafo das cenas de luta. Em 1964, em uma demonstração em Long Beach, Califórnia, Lee tinha encontrado o campeão de Karate Chuck Norris. Em O Vôo do Dragão, Lee e Norris apresentam aos espectadores uma luta final em pleno Coliseu, de Roma que é considerada uma das mais memoráveis da história dos filmes de luta.

No final de 1972, Lee começou a trabalhar em seu quarto filme, O Jogo da Morte. Começou a filmar algumas cenas, incluindo sua sequência de luta com a estrela do basquete estadunidense Kareem Abdul-Jabbar de 2,18m, um ex-aluno. A produção foi interrompida quando a Warner Brothers ofereceu a oportunidade de Lee estrelar em Operação Dragão, o primeiro filme a ser produzido em conjunto pela Golden Harvest e Warner Bros. Este filme seria o foguete de Lee para a fama na Europa e nos Estados Unidos, no entanto, apenas alguns meses após a conclusão do filme e 6 dias antes do seu lançamento 26 de julho de 1973, Lee morreu misteriosamente. Posteriormente, Operação Dragão se tornaria uma das maiores bilheterias do ano e Lee uma lenda das artes marciais. Foi feita com o custo de $ 850.000 em 1973 (equivalente a US $ 4 milhões). Até à data, Operação Dragão arrecadou mais de $ 200 milhões no mundo inteiro. O filme provocou uma febre pelas artes marciais, simbolizadas em canções como "Kung Fu Fighting" e programas de TV como o Kung Fu.

Robert Clouse, o diretor de Operação Dragão, e Raymond Chow tentou terminar O Jogo da Morte, filme incompleto que Lee também foi escalado para escrever e dirigir. Lee tinha feito mais de 100 minutos de gravação, incluindo outtakes, para o Jogo da Morte antes da ser filmagem interrompida para lhe permitir trabalhar em Operação Dragão. Além de Abdul-Jabbar, George Lazenby, mestre de Hapkido Ji Han Jae Lee e outro praticante, Dan Inosanto também apareceram no filme.

Em 10 de Maio de 1973, Lee desmaiou no estúdio Golden Harvest, enquanto fazia o trabalho de dublagem para o filme Operação Dragão. Ele sofreu convulsões e dores de cabeça e foi imediatamente levado para um hospital de Hong Kong, onde os médicos diagnosticaram edema cerebral. Eles foram capazes de reduzir o inchaço com a administração de manitol. Esses mesmos sintomas que ocorreram em seu primeiro colapso depois foram repetidos no dia da sua morte.

Em 20 de julho de 1973, Lee foi a Hong Kong, para um jantar com o ex-James Bond George Lazenby, com quem pretendia fazer um filme. Segundo sua esposa, Linda Lee, Lee encontrou o produtor Raymond Chow às 2 da tarde em casa, para discutir a realização do filme Jogo da Morte. Eles trabalharam até as 4 da tarde e depois dirigiram juntos para a casa da colega Lee Betty Ting, uma atriz de Taiwan. Os três passaram o script em casa e, em seguida Chow se retirou.

Mais tarde, Lee se queixou de uma dor de cabeça, e Ting deu-lhe um analgésico, Equagesic, que incluía aspirina e um relaxante muscular. Cerca de 7:30 da noite, foi se deitar para dormir. Quando Lee não apareceu para jantar, Chow chegou ao apartamento, mas não viu Lee acordado. Um médico foi chamado, que passou dez minutos tentando reanimá-lo antes de enviá-lo de ambulância ao hospital. Lee foi dado como morto no momento em que chegou ao hospital.

Não houve lesão externa visível, porém de acordo com relatórios da autópsia, o seu cérebro tinha inchado consideravelmente, passando de 1.400 a 1.575 gramas (um aumento de 13%). Lee tinha 32 anos. A única substância encontrada durante a autópsia foi Equagesic. Em 15 de outubro de 2005, Chow declarou em uma entrevista que Lee morreu de hiperalergia ao relaxante muscular "Equagesic", que ele descreveu como um ingrediente comum em analgésicos. Quando os médicos anunciaram a morte de Lee oficialmente, o país considerou uma enorme "desgraça".

A controvérsia ocorreu quando o Dr. Don Langford, que foi médico pessoal de Lee em Hong Kong e o havia tratado durante seu primeiro colapso acreditava que o "Equagesic não foi único remédio envolvido no primeiro colapso de Bruce."

No entanto o professor RD Teare, um cientista forense da Scotland Yard que supervisionou mais de 1000 autópsias, foi o perito superior designado para o caso Lee. Sua conclusão foi que a morte foi causada por um edema cerebral agudo devido a uma reação aos compostos presentes na prescrição de remédios como o Equagesic.

Sua esposa Linda voltou para sua cidade natal, Seattle, e foi enterrado no lote 276 do Cemitério Lakeview. Seu caixão foi carregado no funeral em 31 de julho de 1973 por Taky Kimura, Steve McQueen, James Coburn, Chuck Norris, George Lazenby, Dan Inosanto, Peter Chin, e seu irmão Robert Lee.

A morte de Lee ainda é um tema de controvérsia.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

HUA TO - O PRIMEIRO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FISICA DO MUNDO.

Kung Fu - Hua To (Primeiro Professor de Educação Física no mundo)
No início da era cristã (141-203 DC), viveu na China um grande médico que ficou conhecido como o Pai da Educação Física. Esse médico chamava-se Hua-To, nasceu no Distrito de Po, na Província de Anewei e se tornou muito famoso por ser o primeiro cirurgião a usar analgésicos ao realizar suas operações.

Para os praticantes de Kung Fu ele merece ser lembrado pela criação de uma série de exercícios que, imitando o comportamento de cinco animais, teria fundamentado a origem de alguns dos estilos de kung fu existentes hoje me dia.

A famosa serie de Hua To tinha por objetivo agir como um preventivo contra as enfermidades e constituir-se em um método de exercício cotidiano. Essas séries de movimentos passaram a ser conhecidas com o nome de "Wu-Chi-Si" e para motivar melhor seus praticantes, veio a tornar-se um dos primeiros estilos de luta interna. Segundo registros históricos dessa época, o metódo de Hua-To, consistia em exercícios físicos onde se dava grande importância às praticas respiratórias e que poderiam ter utilidade como defesa pessoal. A historia registrou também que dois de seus discípulos (Wu-Pu e Fae-Ya) viveram mais de 90 anos, sem perder um só dente e mantendo os olhos e os ouvidos tão aguçados quanto na juventude.

Hua-To praticava regularmente esses exercícios e insistia em divulga-los ao povo. Esses exercícios consistiam em um Taolu(Rotina) também chamada de KUEN, semelhante aos estilos de Kung Fu dotados de movimentos amplos ainda existentesem nossos dias. Esse tipo de movimentação era denominado "Chung Chuan"ou "Cheong Kuen". Os movimentos eram suaves, flexíveis e amplos, ao passo que a respiração era forçada pelos músculos abdominais. Esses exercícios também tinham a intenção de manejar a manifestação energética da natureza, denominada Ying e Yang, servindo de base para o surgimento dos estilos internos que ocorreram posteriormente a essa época(Tai Chi Chuan, Pakua e Hsing I).

terça-feira, 19 de abril de 2011

O wushu tradicional.

Definição do Wushu Tradicional (retirado do site www.cbkw.org.br)



A Confederação Brasileira de Kungfu/Wushu (CBKW) de acordo com as recomendações da Federação Internacional de Wushu (IWUF) oferece uma base mínima de definição para o wushu tradicional a partir do que se segue:

1) Considerando a China como berço do wushu, então, o wushu tradicional deve ter sua origem na China ou, ao menos, na tradição chinesa, ou seja, por alguém que tenha nascido e vivido na China e, portanto, carrega na sua visão de mundo elementos da cultura chinesa;

2) O estilo deve passar de Instrutor para aluno de forma oficial, ou seja, o docente deve apresentar vinculação de aprendizagem com algum mestre que tenha vinculação oficial do estilo, remetendo à sua origem: China;

3) Para ser considerado wushu tradicional o estilo deverá ser conhecido em outras partes do mundo, minimamente na China, e de preferência em outros países.

Categorias de competição

Categorias de Competição



Ø As categorias de Competição de Wushu Moderno Taolu são:

Rotina de mãos livres: Changquan ( Punho Longo), Nanquan (Punho do Sul), Taijiquan (Tai Chi Chuan)
Rotina de armas curtas: Daoshu (Facão do Norte), Jianshu (Espada Imperial), Nandao (Facão do Sul), Taijijian (Espada Tai chi Chuan)

Rotina de armas longas: Qiangshu (Lança), Gunshu (Bastão do Norte), Nangun (Bastão do Sul)

Evento de lutas combinadas Duilian.

Outros Estilos Tradicionais: Shaolin Norte, Louva-a-deus, Garra de águia, Fei Hok Phai, Choy Lay Fut e Serpente; outros estilos do sul; outros estilos do norte.



Ø As categorias de Competição de Wushu Moderno Sanshou são:

Determinadas primeiramente pela idade dos atletas (juvenil e adulto) e por seu peso (desde menos de 48kg até mais de 90kg), são lutas de 3 assaltos de 2 minutos cada, com intervalo de 1 minuto entre eles. O competidor deverá usar luva de boxe, capacete, protetor de tórax, protetor de boca e protetor genital (por dentro do calção).

Ø As categorias de Competição de Wushu Moderno Shuaijiao são:

Determinadas pelo peso dos atletas (dez categorias desde menos de 48kg até mais de 100kg), são lutas de 2 assaltos de 3 minutos cada, com intervalo de 1 minuto entre eles. O competidor deverá apenas o colete (sem camiseta) e a calça comprida.

A importância do legado marcial.

O Wushu Moderno foi introduzido no Brasil na década de 1980 pelo Professor Thomaz Hon Kit Chan, enviado à China por seu pai, o Grão Mestre Chan Kowk Wai, para aprender o esporte. Desde então o esporte vem crescendo e há atletas de todo o Brasil interessados nessa modalidade esportiva. Hoje o Professor Thomaz Chan é o Diretor Técnico Geral da Confederação Brasileira de Kungfu/Whushu e Técnico da Equipe Hon Kit de Wushu Moderno.

A Academia Sino Brasileira de Kung Fu, representada pelo Grão Mestre Chan Kowk Wai, entende que o treino do Wushu Moderno deve estar sempre aliado ao treino da Arte Marcial Tradicional, ou seja, ao Kungfu/Wushu Tradicional. Em respeito à origem marcial do Wushu Moderno e seus Veneráveis Mestres, por determinação do Professor Thomaz Chan, todos os atletas integrantes da Equipe Hon Kit de Wushu Moderno devem estar necessariamente vinculados a uma linhagem de estilo de Kungfu/Wushu Tradicional e/ou coligados à Confederação Brasileira de Kungfu/Wushu (CBKW).

A importância do legado Marcial (compilado do site www.iwuf.org)

A arte marcial tradicional, ou o kungfu/wushu tradicional, é a raiz do wushu moderno. Esta tradição se desenvolveu dentro de vários estilos, sempre mantendo suas próprias e rigorosas leis. A despeito da Revolução Cultural ocorrida na China, o Wushu Tradicional continua sendo praticado não só na China como em todo mundo. Um legado cultural que é passado de mestre para discípulo há muitas gerações e que vem mantendo suas tradições mesmo na nova era da globalização. O Wushu Tradicional tem um papel importante dentro do cenário cultural e esportivo da China. Além disso, sua prática proporciona bem-estar, saúde, prontidão para autodefesa e principalmente educação através de valores éticos.

É esse legado marcial que deve impulsionar o wushu moderno como esporte hoje, para que se torne um esporte para todos.

MODALIDADES DE WUSHU MODERNO

O wushu taolu consiste em um conjunto de movimentos estilizados e coreografados de acordo com certas regras. Estas rotinas são embasadas na conotação filosófica do ataque-defesa, ou seja, na marcialidade, que é base do wushu tradicional.

O wushu sanshou por sua vez consiste em movimentos de luta entre duas pessoas para o efetivo exercício de ataque-defesa.

O wushu shuaijiao é o estilo que privilegia as técnicas de projeções, chaves e torções. Pode ser considerado como a técnica de luta desarmada mais antiga da China, Seus estilos mais conhecidos são o Baoding, Tianjin, Beijing e o Bokh (mogol).

OQUE É WUSHU MODERNO.

O Wushu Moderno é um esporte baseado nas artes marciais chinesas tradicionais, ou seja, no Kungfu/Wushu Tradicional. Com a fundação da República Popular da China, nos anos 1950, o Presidente Mao Tse Tung determinou que o “velho deveria servir ao novo” e instruiu os mestres de Wushu/Kungfu Tradicional a criar um esporte novo para a sociedade socialista moderna. As bases do Wushu Moderno são os estilos do Shaolin do Norte, Cha Quan, Hua Quan, Hong Quan entre outros. O novo esporte enfatiza o exercício e o desenvolvimento atlético bem como a defesa pessoal, sendo importante ter a capacidade de demonstrar intenção e espírito de luta.

Originário da China, o wushu é uma tradição rica em conteúdo que se manifesta em diversas formas e estilos. Em seu longo processo de evolução, o wushu, sinônimo de “arte marcial”, foi também chamado de “guoshu”, bem como “gongfu” e no Brasil e EUA de “kungfu”.

As origens do wushu remontam à antiguidade chinesa, quando seus ancestrais lutavam duro pela sobrevivência. Durante o longo período de guerras o wushu foi usado pelos exércitos a fim de subjugar o inimigo, mas também pelo povo com o objetivo de autodefesa e treinamento físico, bem como para uma vida saudável.

Durante sua evolução e desenvolvimento chegando aos dias de hoje, o wushu foi dissociado de sua finalidade bélica ou militar. Contudo em seus movimentos básicos de ataque e defesa, no wushu moderno a intenção marcial persiste. As duas disciplinas básicas do wushu moderno são: “taolu” (rotinas) e “sanshou” (luta).

CÓDIGO DE ÉTICA MARCIAL DO SHAOLIN DO NORTE

Bei Shaolin Wude – 北少林武德

O Bei Shaolin Wude , código da Ética Marcial do Shaolin do Norte, embora sem caráter religioso, promove valores comuns que transcendem a culturas e raças, por serem dignos e desejáveis. Na prática do Kung Fu essas regras têm como objetivo ajudar o praticante a alcançar os melhores resultados em todos os aspectos de sua vida.

A relação do praticante com essas regras deve ser de caráter estritamente moral. Ninguém jamais será forçado a submeter-se a elas. A submissão é aceita quando se acredita que isso poderá ser de grande ajuda no desenvolvimento pessoal.

Se as regras forem continuamente desrespeitadas, após várias advertências, a pessoa poderá ser convidada a deixar o treino, não como punição, mas porque o treino não lhe é adequado.

O texto abaixo é uma mera formalização do que tem sido passado, de geração para geração, de maneira verbal e, mais importante, através do exemplo vivo dos que já percorreram esse caminho.
O PRATICANTE:
• Deve respeitar e honrar a vida, a tradição e o Wude, sendo leal consigo e com os demais.
• Deve respeitar e honrar os mestres (do presente e do passado), os professores, seus pais e os mais velhos, proteger os mais novos e tratar seus colegas como irmãos e irmãs.
• Deve ser sábio e corajoso, defendendo a retidão e a verdade sendo responsável por suas ações.
• Não será inescrupuloso, não molestará, não praticará o mal, não roubara nem enganará.
• Não se relacionará com pessoas de mau caráter e iníquas.
• Não abusará do poder, seja ele oficial ou físico; não oprimirá o bom nem maltratará o bondoso.
• Deve ser humilde e treinar paciente e diligentemente, mantendo-se física e mentalmente saudável perseverando e buscando superar-se cada dia.
• Deve ser humano, agindo com amor e compaixão, trazendo paz e felicidade para todos através de seus atos e exemplo.
• Deve ser educado e generoso, nutrindo e desenvolvendo talentos e passando a tradição aos que merecem de forma a preservá-la para as futuras gerações.
• Deve cultivar gratidão e viver de acordo com as leis dos céus e dos homens.

Fonte: www.sinobrasileira.org

terça-feira, 5 de abril de 2011

KUNG FU.

KUNG FU

Wushu (武術 ou 武术), que literalmente significa artes marciais (Wu=guerra e Shu=arte), é mais conhecido no ocidente, erroneamente, pelo termo Kung Fu (功夫), que pode ser traduzido como "tempo e habilidade" ou "trabalho duro". No mesmo sentido, também se utiliza na China o termo Kuo Shu (arte nacional) para designar a arte marcial chinesa.

É um sistema de luta de origem chinesa que possui movimentos elegantes e de extrema eficácia.
Sua origem é envolta por muitas lendas, mas seus primórdios podem ser encontrados na pré-história, onde os ancestrais eram obrigados a lutar contra animais selvagens e outros homens. A civilização chinesa com uma história de 5.000 anos e no curso das lutas entre tribos, notou-se que para obter sucesso era necessário não apenas ter boas armas, deveriam desenvolver suas capacidades físicas e habilidades em combate através


de intensivos treinamentos em tempo de paz, assim sendo, originou-se o Kung Fu que hoje é praticado no mundo inteiro.

Na época das lutas contra o imperador Amarelo, praticava-se o jiadi, no qual os contendores lutavam utilizando capacetes com chifres. Outro tipo de disputa era o ganqiwu, onde os lutadores utilizavam machado e escudo. Na dinastia Zhou (séc. XI - 221 a.C.) praticava-se o Shuai chiao, e o uso da espada também era muito popular naquele tempo. No período dos Estados Combatentes introduziu-se o Kung Fu na formação dos exércitos, para toná-los verdadeiramente fortes, assim o Kung Fu tomou uma denotação de Arte da Guerra.

Naquela época, algumas mulheres seguiram entre os mais destacados mestres no manejo da espada. Uma delas, chamada Yue Nu, foi convidada pelo Imperador Gou Jian a formular suas teorias, que foram altamente apreciadas por seus contemporâneos e gerações posteriores. O termo oficial para o Kung Fu naquela época era chi chi wu,os mesmos caracteres que os usados para o ju jutsu japonês.


Na dinastia Han posterior (25 - 220 d.C.) foi criado o wuquinxi, o jogo dos cinco animais (tigre, cervo, urso, macaco e pássaro). Seu criador foi Hua Tuo. O wuquinxi auxiliava a tornar flexível o corpo e estimular o apetite. Na dinastia Jin (265 - 420), o wu shu recebeu influências budistas e taoístas. Foi nesta época que o médico Ge Hong criou o Chi Gong.

Na dinastia Tang, o sistema de promoção no exército era feito através de

testes baseados no Kung Fu . Na dinastia Song (960 - 1279) , organizaram-se uma série de associações de Kung Fu e os mestres apresentavam-se em público.

Na dinastia Ming (1368 - 1644) , o wu shu prosperou como nunca. Qi Ji Quan, ilustre general, escreveu um livro que tratava de dezesseis diferentes estilos e formas com mãos livres e outros quarenta com lanças, espadas e bastões. Durante a dinastia Qing (1644 - 1911), proibiu-se a prática do Wushu, surgindo sociedades secretas para praticá-lo. Depois da introdução do comunismo na China, todas as tradições da Velha Sociedade foram proibidas, inclusive o Kung Fu.

O Kung Fu da atualidade inclui uma combinação de artes marciais, técnicas de treinamento e vários métodos de manutenção da saúde praticados pelo povo chinês desde a mais antiga época.


BODIDHARMA E O KUNG FU



Bodhidharma (também conhecido como Ta Mo, Dharuma e Daruma Taishi) foi o terceiro filho do Rei Sugandha do sul da Índia, foi um membro dos kshatriya, ou casta guerreira, e passou sua infância em Conjeeveram (também Kanchipuram ou Kancheepuram), a pequena província budista do sul de Madras. Ele recebeu seu treinamento em meditação budista do mestre Prajnatara, que foi responsável pela mudança do nome do jovem discípulo de Bodhitara para Bodhidharma.

Considerado o 28º Patriarca do Budismo, foi um excelente discípulo e logo se sobressaiu entre os colegas. Na meia-idade já era considerado um mestre budista. Quando Prajnatara morreu, Bodhidharma zarpou para a China. Duas razões existem para isso: foi um desejo de seu mestre, Prajnatara, no leito de morte; ou Bodhidharma ouviu falar dos religiosos na China e se entristeceu com o declínio da verdadeira filosofia budista lá.

Muitas lendas controversas relatam sobre sua atividade na China, mas a que mais diz respeito ao Kung Fu relata que ele viajou para a província Henan atravessando o rio Yuang-tse (diz a lenda) num bambu. Estabeleceu-se no monastério Shaolin (também chamado Sil-lum) no monte Shao-shih nas mostanhas Sung. Depois de chegar ao templo Shaolin, ele meditou em frente a uma parede por nove anos. Em sua meditação, fundou o budismo ch'an.


A lenda diz que além de formar o ch'an, Bodhidharma também fundou o Kung Fu. Contudo, nota-se que o Kung Fu já existia com muitos nomes diferentes por toda a história da China. Os monges do templo não mantinham nenhum tipo de exercício físico, somente exercícios para a mente, o que tornava seus corpos frágeis e doentes, acarretando até mesmo sonolência durante as meditações. Acredita-se que Bodhidharma tenha fundado uma série de exercícios que ajudavam a unir a mente e o corpo - exercícios que os monges guerreiros achavam benéficos a seu treinamento.

Em nenhum momento Boddhidarma pode supor que aqueles exercícios iriam evoluir e tornar-se-iam os princípios do que viria a se tornar o Kung Fu Shaolin.


O TEMPLO DE SHAOLIN



Ao norte da China, entre cinco cordilheias, está localizada a província de Henan onde foi construído no ano de 495 um templo de formação budista em uma pequena floresta nas montanhas Song próximo à cidade de Lo Yan.

O Kung Fu de Shaolin era ensinado aos monges do templo e em seu apogeu Shaolin contava com um exército de 5.000 monges, que treinavam com mãos livres, combates com armas, montaria e exercícios respiratórios.

Durante mais de um milênio, somente os monges podiam aprender artes marciais no mosteiro de Shaolin. No final da dinastia Ming, o imperador permitiu que o Abade superior Chiu Jin ensinasse o Kung Fu de Shaolin também a pessoas do povo. Essa abertura revolucionou a história do ensino do Kung Fu tradicional e trouxe grandes mestres.

O estilo Shaolin lapida caráter moral, promove ótima circulação, fortalece o corpo, cria coordenação nos membros, aumenta a agilidade da mente e do corpo, e treina as habilidades e técnicas a um nível tão elevado que, vitórias podem ser conquistadas em todos os tipos de conflito que na quase totalidade, sem confronto físico.


Como é a prática? O progresso é como o relâmpago. Retroceder é como o vento a cabeça se move como as ondas. Os pés são sólidos como as pedras. O corpo flui como um dragão voador. As mãos se movem como estrelas cadentes. Todos os movimentos provém da mente humana e das características do ser humano.

Os ataques são duros e fortes mas não excessivos, eles podem ser flexíveis como o junco sob a ação do vento mudando entre um tipo e outro de ataque. Os ataques contém dissimulações e golpes surpresa que se combinam para reagir contra as defesas do seu

inimigo no estilo Shaolin a defesa é gentil, macia porém não fraca. Os ataques são como os do tigre, violentos e apropriados. Se alguém desejar derrotar seu inimigo num combate, ele deve sobrepujar suas próprias fraquezas durante a prática.

A prática conduz à destreza, a destreza conduz à perfeição e a perfeição conduz ao sobrenatural. Quando se luta com o inimigo a mente é o imperador, o tronco é general, os membros são os soldados, os olhos e os ouvidos são os estandartes. Em combate, a paciência conduz à vitória.


NORTE E SUL



As características mais fortes nos métodos de prática dos movimentos estão na divisão regional, devido às diferenças geográficas. Apesar da China ser um país com diversos tipos de relevo e com todos os seus pontos cardeais naturalmente, no Kung Fu, para facilitar dividiu-se em apenas norte e sul.
O norte Chinês é mais montanhoso, com um clima obviamente mais frio. Os chineses do norte utilizavam-se de roupas mais grossas para melhor proteção do frio e possuíam as pernas fortalecidas devido à convivência nas montanhas. Sendo assim desenvolveram um Kung Fu de movimentos mais amplos, de forma a não ser atrapalhados pelas grossas roupas que coibiam alguns golpes. Valorizaram bastante os chutes, principalmente os mais altos, aproveitando as pernas fortes.
O sul Chinês possui relevo um pouco mais plano em relação ao norte, com maior abundância de rios e chuvas, com temperaturas mais elevadas. Por esta razão, os estilos de Kung Fu do sul da China desenvolveram-se com características diferentes aos do norte. As bases de pernas são mais baixas, ou seja, mais plantado ao solo, adaptando-se a situação geográfica da região sul daquele país. Com chutes mais baixos , sempre priorizando as pernas e o baixo ventre, e em menor quantidade, valoriza-se o uso dos braços através de socos, arremessos e agarramentos mais rígidos, visando uma luta mais breve.
Esta é apenas uma pequena descrição nas divisões mais marcantes entre os estilos do Sul e Norte da China. Naturalmente existem outros fatores que se fazem pertinentes sobre as diferenças estratégicas nas aplicações de suas técnicas, principalmente costumes, filosofias, religiões, culturas regionais etc.


O ESTILO SHAOLIN DO NORTE

O primeiro aluno do povo a se formar com o Abade CHIU JIN foi KAN FON HSI que por sua vez ensinou e formou MAN PON CHOY. Que, por sua vez, ensinou YIN TA KUNG e transmitiu sua arte para o seu filho YIN SAN SON.

Ele, repetindo o pai, ensinou o seu filho YIN KAI YUN, que por sua vez ensinou o famoso mestre KU YU CHEUNG, ele era o número um dos Cinco Tigres do Norte da China.

Ku Yu Cheung consagrou-se como um dos maiores mestres de sua época e muito famoso graças as suas demonstrações e técnicas. Em sua vida teve a oportunidade de aprender diferentes estilos com mestres renomados.
Abriu sua própria escola de artes marciais onde desenvolveu um programa de treinamento englobando o que havia aprendido em todos os seus anos de artes marciais, ficando conhecido como a “escola” de Shaolin do Norte.

Ku Yu Cheung ficou conhecido como o Mestre da Palma de Ferro e teve seu melhor aluno o mestre YANG SHEUNG MO, famoso mestre da Cabeça de Ferro.

Yan Sheung Mo transmitiu seus ensinamentos para o Grão Mestre CHAN KOWK WAI, seu melhor aluno e digno representante do estilo Shaolin do Norte.

O Shaolin do Norte mantém como base as 10 mãos de Shaolin e incorporou formas e técnicas adicionais como Luo Han, Liu He, Zha Quan, Tan Tui, entre outras.

O Shaolin do Norte preserva a arte marcial do Tempo Shaolin, abrigando eficácia e beleza nos movimentos. As técnicas estão divididas em 10 formas de mãos livres, sendo cinco curtas e cinco longas. No estilo encontram-se técnicas de mãos, aprisionamentos e ênfase nas técnicas de pernas, tendo o mais variado arsenal de chutes, chutes com giros e saltos, rasteiras, quedas e chutes múltiplos.

FORMAS DO SHAOLIN DO NORTE

Kati (Taolu) Nome em Chinês Tradução Aproximada

1º kati (básico) Lien Bu Chuan Passos de treino



Cinco formas curtas de Shaolin

2º kati 短打 Tuin Tá / Duǎn Dǎ Luta curta

3º kati 梅花 Moy Fá / Méi Huā Flor de ameixa

4º kati 穿心 Tchuin Sam / Chuān Xīn Fura coração

5º kati 武藝 Mo Ay / Wǔ Yì Artes marciais

6º kati 拔步 Pá Pou / Bá Bù Arte de mudar os passos



Cinco formas longas de Shaolin

7º kati 坐馬 Tchiu Má / Zuò Mǎ Montar cavalo

8º kati 領路 Lien Lou / Lǐng Lù Guia o caminho

9º kati 開門 Koy Moon / Kāi Mén Abrindo portas

10º kati 連環拳 Lien Mân / Liánhuánquán Ataque contínuo

11º kati 式法 Ce Fá / Shì Fǎ Técnicas habilidosas


O Kung Fu é uma arte marcial muito ampla e abrangente, tanto que existem muitas ramificações de técnicas e estilos.

Seguem algumas especialidades mais destacadas no Kung Fu:
ARMAS
CHI KUNG
CHIN NA
SANDA
SHUAI JIAO
WUSHU

TAI CHI CHUAN

TAI CHI CHUAN

O Tai Chi Chuan ou Taiji Quan (太極拳) é uma arte marcial interna de origem chinesa.

A tradução pode ser feita tomando-se por base os seus ideogramas.

太 (tai) significa: supremo, último, mais alto

極 (chi) significa: energia, poder

拳 (chuan) significa: punho, soco, boxe

Assim, literalmente, podemos traduzir como a arte do "Punho do Limite Supremo", ou simplesmente "Punho do Tai Chi". Porém, há outras formas de se traduzir os ideogramas conforme os seus sentidos.

No Taoísmo tem a conotação filosófica de "Elevação", "Sublimação", "Purificação", resultante, entre outras, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos inferiores se transformam em outros que não o sejam.


O Tai Chi também simboliza o "Cosmos" e a interação dos princípios energéticos Yin e Yang, em constante mutação, sendo conhecida a sua representação pelo Tai Chi Tu (Diagrama do Tai Chi), mais conhecido no Ocidente como o "Símbolo do Yin-Yang".

Costuma-se dizer que quem pratica o Tai Chi vive muito tempo. A seqüência de exercícios auxilia a distribuir e equilibrar a energia de todo o corpo, evitando doenças, principalmente as provocadas pelo ritmo apressado e tenso da vida atual.

Os movimentos dos membros guiam a circulação sangüínea para que os tecidos do corpo possam ser restaurados e limpos com maior eficácia. Os movimentos também comandam a entrada e saída de ar dos pulmões a fim de que mais oxigênio possa ser absorvido para nutrir e energizar o corpo e as toxinas possam ser eliminadas com mais eficiência. Assim, o movimento é a base de uma disciplina que guia e comanda os processos físicos involuntários, permitindo-lhes um funcionamento mais benéfico. Certamente não é qualquer movimento que produzirá este efeito.

Um fato notável da civilização chinesa é que o segredo de como conseguir isso foi descoberto e assimilado em tempos pré-históricos.
Determinar a origem precisa do surgimento do Tai Chi é algo impossível, existem diversas versões a respeito do nascimento desta arte. Uma das mais difundidas atribui o seu desenvolvimento ao mestre Zhang San Feng, monge taoísta associado aos templos das montanhas Wudang, consideradas por diversos historiadores o berço dos estilos internos das artes marciais chinesas. Praticantes de diversos estilos de Tai Chi Chuan creditam a ele a criação desta arte.

Documentos históricos consideram o general chinês Chen Wang Ting (1600-1680) o criador do estilo Chen de Tai Chi, que ganhou grande projeção e está na raiz da origem dos estilos praticados pelas outras linhagens/famílias.
Existem três grandes escolas de Tai Chi:

Escola CHEN (陳氏) - Velha Estrutura

Escola WU (吳氏) - Média Estrutura

Escola YANG (楊氏) - Grande Estrutura


TAI CHI CHUAN ESTILO YANG

O estilo Yang (楊氏) de Tai Chi Chuan é estilo executado com maior flexibilidade e movimentos suaves, lentos, amplos, interligados, de ritmo homogêneo, sem interrupção. Considerando-se suas diversas variações, é o estilo de Tai Chi mais popular e amplamente praticado no mundo atual. É o segundo em antiguidade entre os estilos familiares tradicionais.

Seu surgimento se deu quando um homem chamado Yang Lu Shan (1799-1872), desejoso de aprender o Tai Chi Chuan estilo Chen, tentou ser admitido como discípulo mas não conseguiu por não pertencer àquela família.

Depois de muita insistência conseguiu ser admitido como empregado da família e aprendeu os rudimentos dessa arte, mas apenas os conhecimentos superficiais por não ser um membro do clã. Yang Lu Shan estava muito desapontado por causa da não transmissão dos ensinamentos adiantados mas, certa noite, ouvindo ruídos no jardim,


foi investigar e descobriu que Chen Chang Shen estava ministrando uma aula avançada onde ensinava conhecimentos secretos.

A partir de então escondia-se todas as noites e observava o treinamento secreto da família aprendendo os segredos respiratórios para controle da energia CHI.

Um dia, sem saber que seus ensinamentos haviam sido observados e praticados por Yang Lu Shan, Chen Chang Shen o convidou a praticar luta com seus parentes mais bem treinados e ficou espantado ao ver que nenhum deles conseguia vencê-lo.

A partir de então Chen Chang Shen aceitou Yang Lu Shan formalmente como seu discípulo e permitiu-lhe o aprendizado das técnicas mais avançadas. Com o passar do tempo Yang Lu Shan mudou-se para Pequim e transmitiu seus conhecimentos para seus três filhos e alguns outros discípulos.

Seu terceiro filho, Yang Chien Huo (1842-1916) , também o transmitiu a seus filhos e foi seu terceiro filho, Yang Chen Fu (1883-1935), que deu as características que o estilo YANG possui até os nossos dias.

Após a morte de seu pai, Yang Chen Fu interessou-se profundamente pelo Tai Chi Chuan e tornou-se um de seus mais famosos praticantes, tendo sido o responsável pela abertura do ensino dessa disciplina às pessoas comuns do povo.


TAI CHI CHUAN - AGIR SEM CONSTRANGER



Quem vê, nos dias de hoje, idosos chineses executando os fluídos e compassados movimentos do Tai Chi nas praças e jardins do antigo continente não poderá talvez imaginar que essa mesma arte pode se transformar em eficiente forma de luta, sendo tida, até o inicio do Século XX na China, como uma das mais letais técnicas de combate corpo a corpo. A função de guarda costas foi exercida por diversos praticantes da família Chen. Instrutores da família Yang deram aulas para a guarda imperial e posteriormente para o exército republicano chinês. Sua aplicação como arte marcial acontece através do uso de movimentos circulares e contínuos que acompanham e complementam os movimentos do adversário de um modo similar ao ilustrado pelo símbolo do Tai Chi.
Consta que no período Liang (502-557), Chang Lin Si - alcaide da província Huei, no norte da China - usava o Tai Chi para treinar um exército que mantinha os chamados povos bárbaros afastados mesmo em tempos de guerra.
O Tai Chi reaparece durante a Dinastia Tang (618-907) praticado por Tsi Tsian Ping. No decorrer da Dinastia Yien (1279-1368) surgem registros da prática do Tai Chi feitos por um mestre chamado Chan Chi Yi, que teve por discípulo Fo Lung Chen Ren. Este por sua vez , ensinou a Chang San Fon. Chang San Fon era um nobre que abandonara a vida da corte e consumira toda sua fortuna na busca pela longevidade. Aos 67 anos encontrou Fo Lung Chen Ren e aos 80 era Mestre de Tai Chi a que dedicou o resto de seus dias.


Segundo a lenda, viveu quase dois séculos e um de seus legados foi a identificação dos quatro pontos fundamentais do Tai Chi. Uma de suas teorias ocorreu ao observar a luta entre um pássaro e uma cobra: a rigidez e força da ave se opunham à circularidade e agilidade de réptil. Assim compreendeu Chan San Fon o princípio da alternância do duro e do suave, ou seja, do Yang e do Yin.


TAI CHI CHUAN COMO TERAPIA



Esta disciplina, que é muitas vezes prescrita como parte integrante do tratamento a que os pacientes se submetem nos sanatórios e hospitais da China, já deu provas suficientes da sua eficácia no tratamento de doenças crônicas, como a tensão elevada, úlceras estomacais, neurastenia e tuberculose pulmonar, entre outras.

A prática regular do Tai Chi resulta num acréscimo do fornecimento de sangue às artérias coronárias, numa melhor atividade do músculo cardíaco e numa melhoria geral do processo de circulação sanguínea.


O Tai Chi permite, além do mais, uma melhoria nas funções reguladoras do sistema nervoso central, contribui para uma mais perfeita coordenação no funcionamento de todos os órgãos do corpo, assegura uma melhor alimentação de oxigênio ao sangue e tecidos dos vários órgãos e facilita o metabolismo.

Fatores que contribuem significativamente para um decréscimo da hipertensão e arteriosclerose.

O Tai Chi Chuan tem dado uma extraordinária contribuição para a saúde natural, não tendo nada em comum com os exercícios cansativos praticados pelos ocidentais.

O Dia Mundial do Tai Chi Chuan e do Chi Kung é um evento realizado anualmente no último sábado de todo mês de Abril para promover as práticas de Tai Chi Chuan e de Chi Kung em 60 países desde 1999 com o objetivo de divulgar publicamente o crescente conjunto de pesquisas na área médica relacionadas às práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa.

O evento é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde e o Brasil participa das comemorações desde o ano 2000.

CHI KUNG

CHI KUNG COMO MEDICINA

Na medicina chinesa acredita-se que a doença é apenas um reflexo localizado de problemas gerais. Em termos genéricos, a boa saúde depende do equilíbrio adequado das energias yin e yang. O yin é visto como o princípio feminino, bem como obscuro e frio. O yang é o princípio masculino, luminoso e quente. Essas duas energias opostas existem em todas as coisas vivas. Deve-se fazer um esforço para obter a harmonia dessas energias para prevenir ou curar uma doença.

Uma vez que a medicina tradicional chinesa é baseada na cura natural, os cinco elementos da natureza são freqüentemente mencionados pelos médicos chineses. Isso decorre da teoria de que todos os fenômenos no universo se relacionam à interação entre os cinco elementos: MADEIRA, FOGO, TERRA, METAL e ÁGUA. Uma vez que os médicos chineses vêem o corpo humano como uma representação em escala menor do universo maior, usamos os elementos da natureza como uma metáfora, para relacionar partes do corpo com os elementos aos quais elas mais se assemelham. A lista a seguir mostra os cinco elementos e seus órgãos correspondentes:

MADEIRA: fígado, vesícula biliar
FOGO: coração, intestino delgado
TERRA: baço, estômago
METAL: pulmão, intestino grosso
ÁGUA: rim, bexiga

Estes elementos interagem nos órgãos correspondentes do corpo da mesma forma que o fazem na natureza. Por exemplo, o fogo queima a madeira que se transforma em carvão e volta à terra. No corpo humano, o intestino delgado (fogo) queima os alimentos que o fígado (madeira) ajudou a digerir.
Estes elementos também podem trabalhar uns contra os outros. Na natureza, metal pode cortar a madeira e a água pode apagar o fogo. No corpo humano, o rim (água) pode deixar de funcionar normalmente em uma doença conhecida, como pressão sangüínea alta e causar dano ao coração (fogo).

É através dessas metáforas da natureza que os médicos chineses explicam as complexas interações que se realizam no ser humano.
Ao diagnosticar doenças, diferentes tipos de energia recebem nomes distintos, conhecidos como as seis influências maléficas: calor, frio, vento, umidade, secura e fogo. Há estados internos que são definidos através do uso destes termos de diagnóstico. Por exemplo, a presença de umidade pode provocar dores nas articulações de algumas pessoas e seria considerada como a influência externa maléfica que provocou a doença. Contudo, uma dieta consistindo de um excesso de alimentos inadequados e cafeína inibiria o funcionamento dos órgãos, conseqüentemente provocando o que chamamos de umidade interna. É importante notar que embora esses seis estados sejam chamados de maléficos, são maléficos apenas se ocorrem fora da estação ou quando não devem ocorrer. Conforme é explicado em o Clássico do Imperador Amarelo de Medicina Interna: Onde energias maléficas se reúnem, ocorre fraqueza... Quando energia pura floresce, a energia maléfica foge.
Da mesma maneira que o desequilíbrio entre a pessoa e o ambiente em que vive pode provocar doença, a doença pode ser eliminada com o restabelecimento do equilíbrio. Este conceito é muito bem resumido no THE COMMENTARY OF ZUO, um texto médico escrito em 540 a .C.:

As seis influências são yin, yang, o vento, umidade, escuridão e luz... Um excesso de vento provoca doenças nos membros; um excesso de chuva provoca doenças no estômago; um excesso de escuridão afeta a mente; um excesso de luz afeta os sentimentos.
De maneira geral, esse equilíbrio é atingido através da cura e do controle sobre seu CHI. Este controle se obtém por meio da prática de exercícios de CHI KUNG, mudanças na dieta e remédios à base de ervas. As ervas são o suporte principal da terapia médica chinesa. Remédios à base de ervas vêm sendo usados na China há quase quatro mil anos. Isto resultou em um sistema de tentativa e erro que promoveu o desenvolvimento dos mais eficazes remédios herbáceos conhecidos pela humanidade.
No CHI KUNG acreditamos que estamos constantemente sendo carregados de energia. Essa energia vem da terra e do céu, de nosso lugar de trabalho e de nosso lar, e mesmo de outras pessoas. Ela também vem das coisas que comemos, de nossas atividades, e até de nosso estado psicológico. A combinação de energia yin (passiva) e yang (ativa) é o CHI. A prática e o estudo do CHI é o CHI KUNG.
No CHI KUNG tentamos equilibrar as duas energias, yin e yang, porque o equilíbrio é um requisito essencial em todos os aspectos da vida. Excessos em qualquer coisa tendem a causar problemas.
O CHI KUNG é curar através do coração. Olhe para além da riqueza, da fama da fortuna, do poder, da influência social, de desgraças anteriores, de dificuldades e sentido de ganho ou perda quando tratar um paciente. Você tem de ter apenas COMPAIXÃO, AMOR e GENEROSIDADE para tratar e curar um paciente. Pense em aliviar sua dor.
EFEITOS CARDIOVASCULARES: A prática regular de CHI KUNG resulta em um aumento de irrigação sangüínea para o coração bem como em contrações mais fortes do músculo do coração num ritmo mais lento e mais eficiente de batimento cardíaco. Essa maior irrigação sangüínea melhora o estado geral da saúde de todos os órgãos do corpo. O melhor funcionamento do coração reduz a incidência de hipertensão e de arteriosclerose.
EFEITOS RESPIRATÓRIOS: Exercícios de CHI KUNG aumentam a elasticidade do tecido pulmonar e aumentam a eficiência do funcionamento dos próprios pulmões, permitindo-lhes extrair mais oxigênio ao respirar.
EFEITOS SOBRE OSSOS E MÚSCULOS: Exercícios de CHI KUNG aumentam a força tanto muscular como dos ossos, bem como a flexibilidade de modo geral. Em um estudo, a coluna de vinte pessoas que praticavam exercícios de CHI KUNG foi comparada com a coluna de vinte pessoas que não praticavam. O grupo de praticantes de CHI KUNG tinha melhor postura do que o grupo de não praticantes. Eles também tinham a metade do nível de densidade óssea e, muitas vezes, maior flexibilidade da coluna como resultado da prática dos exercícios.

DISCIPULOS DE SHAOLIN

DISCÍPULO DE SHAOLIN

Segundo inúmeras lendas e relatos antigos, os novos discípulos eram admitidos no templo no início da primavera, que coincidia com o tempo das grandes chuvas . Nesses dias os pais que desejavam que seus filhos se tornassem monges os levavam ao pátio frontal às escadarias do templo e lá os deixavam sozinhos aguardando que os monges os convidassem a entrar.

Os monges de Shaolin não abriam logo as portas do mosteiro (às vezes demoravam alguns dias) e as crianças eram obrigadas a suportar ao relento o sol e as chuvas torrenciais que costumavam cair nesse período. Muitas das crianças eram conduzidas de voltar por seus próprios pais que não suportavam vê-las sofrer. Embora não abrissem as portas os monges observavam o comportamento das crianças e iam selecionando aquelas que consideravam suficientemente disciplinadas para suportar as árduas exigências do templo de Shaolin.




Quando as portas se abriam os monges mandavam de volta para casa as crianças que consideravam que não suportariam seus ensinamentos. As demais crianças eram admitidas no primeiro pátio interno e conduzidas a uma grande mesa onde já estava sentado um velho monge (geralmente o patriarca do templo).
Quando se sentavam à mesa eram observados seus comportamentos, se pediam comida (podiam estar a três dias sem comer) eram servidas e depois mandadas para suas casas, pois era considerado indecoroso pedir comida ao invés de aguardar o momento de serem servidas. Se corriam para a mesa avidamente, ou apressadamente demais também eram dispensadas.
Às que passavam por esse teste era dado uma tigela sem fundo, uma grande bolacha seca achatada (do tamanho do fundo da tigela) e era servido o chá.
O procedimento correto era forrar o fundo da tigela com a bolacha para que pudesse ser servido o chá sobre ela. As crianças que não o faziam eram dispensadas sumariamente, pois não eram consideradas suficientemente inteligentes para aprender os ensinamentos de Shaolin. Se a criança agisse corretamente colocando a bolacha no fundo da tigela mas começasse a tomar o chá antes do monge idoso que estava sentado à mesa, era mandada de volta para casa, pois o respeito aos idosos era de grande importância na cultura chinesa.

Logo em seguida a essa fase lhe era entregue uma vassoura e lhe ordenava que varresse um determinado pátio, mal tivesse terminado de varrer surgia algum monge com os pés enlameados e sujava todo o lugar que havia sido varrido. Assim que o monge porcalhão desaparecia do pátio surgia então o monge que lhe havia ordenado que varresse o lugar e o interpelava mais ou menos assim:
Eu não mandei que você varresse esta sala? Olhe só que imundície! Você é um vagabundo que não obedece as ordens que recebeu! Se o garoto resmungasse que já tinha varrido ou que depois que tinha varrido tinha vindo um monge e sujado tudo outra vez, era mandado embora pois não tinha suficiente dedicação ao trabalho para permanecer no templo Shaolin.

O garoto deveria abaixar a cabeça e continuar a varrer sem proferir nenhuma palavra. Este teste da vassoura era repetido diversas vezes como prova da humildade, da paciência e da perseverança do aluno.
Depois que superava os testes iniciais o aluno era submetido a todo tipo de provação, como o teste da limpeza que incluíam lavar as latrinas, retirar a poeira dos imensos arabescos e baixos-relevos que existiam por quase todas as paredes do templo , lavar escadarias e corredores imensos, etc ...
Durante esse período inteiro o aluno passava por periódicas humilhações por parte dos estudantes mais avançados, todas elas com a intenção de testar-lhe a fibra moral e a paciência. Dormia-se poucas horas cada noite e trabalhava-se arduamente. Quando começava a espelhar uma certa frustração ou cansaço, um monge se aproximava dele e lhe indagava há quanto tempo estava no templo. Geralmente o aluno respondia que estava lá há muito tempo; em parte porque não lhes era dado acesso a nenhum calendário que lhes permitisse saber há quanto tempo lá estava; em parte porque estava desejoso de iniciar a prática do Kung Fu que só era permitida a alunos mais avançados. Mas se a resposta fosse essa, o aluno era deixado entregue a seus afazeres por mais alguns meses. A resposta certa seria: Há bem pouco tempo estou aqui (Mesmo que já fizesse alguns anos que lá estivesse).

Depois desse abandono inicial passava alguns meses e ele era convidado a praticar o Kung-Fu de Shaolin, nas primeiras aulas ele era o saco de pancada dos mais velhos praticantes e as surras eram duríssimas. As práticas ritualísticas e o período de meditação eram ampliados, as refeições eram nas mesas dos refeitórios do templo, era transferido para os dormitórios superiores junto dos alunos mais velhos.
Além dos testes de habilidade física e marcial havia os testes de habilidade artística, geralmente caligrafia e composição poética. Havia também os testes de doutrina budista e de medicina tradicional, os monges eram excelentes acupuntores e massagistas. O trabalho na lavoura também era obrigatório e todo monge tinha que fazer seu estágio na cozinha aprendendo auto-suficiência na arte culinária. Ele deveria ter noções de sobrevivência em condições inóspitas, na selva , no gelo e em terrenos desconhecidos, devendo ser capaz de localizar ervas medicamentosas, preparar infusões curativas, colocar no lugar ossos quebrados, preparar remédios, etc...
O templo de Shaolin era, antes de tudo , uma escola de filosofia e religião e as pessoas que nele ingressavam o faziam com o objetivo de alcançar a realização espiritual. Aos monges que se dedicavam exclusivamente aos estudos doutrinários e às práticas espirituais era facultada a saída do templo desde que em missões administrativas ou de caridade ao povo.
Mas aos monges que haviam escolhido o caminho da Arte Marcial somente era permitida sua saída se distinguissem de maneira incomum na arte de lutar. Se fosse capaz de vencer os instrutores dos cinco estilos principais de Shaolin poderia requerer a prova do corredor da morte (Os cento e oito bonecos de madeira que eram acionados pelo peso de quem se atrevesse a penetrá-los). Se o monge que os enfrentasse conseguisse sobreviver ao corredor, deveria levantar uma Urna Incandescente para poder sair pela única porta do recinto.
Nas laterais da Urna havia em alto-relevo as figuras dos Cinco Animais de Shaolin que simbolizavam os principais estilos de Kung Fu do Templo. Quem quer que tivesse superado os 108 homens de madeira do corredor da morte teria que levantar a urna para poder sair. A porta permanecia aberta por uns poucos momentos, e se o monge desmaiasse no processo ou não se atirasse para fora com certa rapidez, arriscava-se a perder todos seus esforços.

Hoje em dia é muito fácil só pagamos a mensalidade para aprendermos o Kung Fu de Shaolin, e mesmo assim tem alunos que se enchem de razão quando o professor chama-lhes a atenção, não bastando isso vão embora da academia falando mal de seu professor, tudo isso pela falta de educação que se traz de casa, culpa da educação ocidental e do capitalismo, se você lhes dá uma vassoura se ofendem, se manda limpar os aposentos da academia parece que caiu um pedaço deles e muito mais eu tenho visto nestes 20 anos de Kung Fu, a primeira coisa que o aluno diz é: "Eu estou pagando para aprender o Kung Fu e não para ser faxineiro da academia". Estes são os Shaolin da atualidade cheios de razão e falta de educação. É mais fácil trocar de academia do que tentar aprender a ser mais humilde e perseverante ou seja um ser humano melhor na sociedade em que você vive.

Chin na - tecnicas de pontos de pressão.

CHIN NA
A palavra Chin Na ou Qinna (擒拿), pode ser traduzida como capturar (Chin) e controlar (Na). Partindo desta definição, entende-se que o maior propósito do Chin Na é interceptar uma ação agressiva, capturar e, torcendo ou pressionando pontos sensíveis no corpo do oponente, neutralizá-lo, temporária ou definitivamente.
Trata-se de um conjunto de técnicas marciais chinesas que faz uso de torções, chaves de articulações e pontos de pressão para imobilizar o oponente.
Existem técnicas avançadas de Chin Na que, se aplicadas por um conhecedor, podem causar desde paralisia ou inconsciência, momentânea ou até a mutilação.
A localização de algumas cavidades ou pontos, são mantidas em segredo pela maioria dos estilos, por motivos óbvios.
Nas técnicas de agarrar e pressionar, as aplicações partem de um mesmo princípio, mas, primeiro, é necessário que se entenda as funções dos músculos, se a sua função é estender ou retrair. Um bom exemplo é o bíceps e o tríceps; um músculo é responsável em retrair o braço e o outro em estendê-lo.
Quando qualquer destes músculos são agarrados e pressionados em zonas sensíveis, eles são forçados a uma posição incômoda causando dor ou paralisia local, em virtude da agitação dos nervos.
A aplicação do Chin Na é bastante usada em quase todos os estilos de artes marciais chinesas e algumas vezes combinado com o shuaijiao (técnica corporal de luta chinesa).
Por exemplo, este é um dos aspectos marciais aplicados no Tai Chi Chuan, que tem como objetivo principal o desenvolvimento da força interna (chi) para a saúde e a marcialidade.
As técnicas de Chin Na são muito indicadas para defesa pessoal, são técnicas diversificadas e eficazes para a maioria dos ataques.
Existem muitas ligações entre as teorias das técnicas de Chin Na  e as técnicas da medicina tradicional chinesa, conhecida como Tui Na (推拏), a diferença está na intenção do agente em usar o conhecimento para a cura ou para repelir uma agressão.
 
 
 
        CHIN NA DE SHAOLIN

É uma técnica de agarrar e controlar seu oponente, usando o TIEN HSUEH (ataque aos pontos vitais do adversário). O Chin Na de Shaolin é a técnica mais antiga de agarrar e projetar seu oponente, originando dela as técnicas de Aikidô, Jiu-Jitsu, etc.
Quando os monges de Shaolin usavam as técnicas de Chin Na eles conseguiam capturar seus oponentes e interrogá-los sem infringir suas regras religiosas de NÃO MATAR.
Na dinastia CH’ING (1644 – 1911 d .C.) o Chin Na evoluiu como um sistema completo de capturar e interrogar onde o Exército chinês e sua polícia chinesa passaram a usar com freqüência estas técnicas.
No Chin Na não existem formas (katis), só técnicas de aprisionamento como o TSOUH GUU (deslocamento de ossos), FEN GIN (dividir músculos e tendões), BIH CHI (impedir a respiração) eTIEN HSUEH (pressionar cavidades e artérias).
FEN GIN ou Zhua Jin: É separado em 3 aplicações técnicas: torção, agarramento e pressão. Os dois últimos são classificados por si só como Chua Jin (agarrar o músculo).
TSOUH GUU: Consiste em colocar bastante tensão nas juntas a fim de desdobrá-las, causando um total deslocamento. Com o deslocamento, o praticante criou duas situações que pode levá-lo ao controle total de seu oponente.
BIH CHI ou Bi Qi: É necessário um profundo conhecimento de sistema nervoso e dos meridianos para obter sucesso com essa técnica.
Usando a força adequada para romper os nervos causando uma contração muscular que apertando os pulmões com tal força que a pessoa será rendida pela dor e pela falta de oxigenação. A localização dos músculos envolvidos no uso do Chin Na estão no plexo-solar, no ombro, na lateral do peito e lateral da cintura.
Interromper o pulso, o praticante ataca a veia jugular e artéria carótida, em ambos os lados do pescoço, comprimindo-os. Isso interrompe a circulação de sangue ao cérebro, e, em poucos segundos, perderá os sentidos.
Um verdadeiro conhecedor desta técnica, tem que saber, também, técnicas de TUI NA (digito pressão), para reanimar seu oponente quando necessário, isto porque as artérias quando atacadas permaneceriam fechadas por tempo suficiente para causar sua morte. 
TIEN HSUEH: Baseia-se em ataques nas cavidades com socos, agarramentos, tapas, etc. Causam paralisia local, dor aguda e até a morte.
Existem 108 cavidades popularmente usadas no Chin Na, 72 são usadas para causar paralisia local ou inconsciência, enquanto 36 são fatais. As cavidades que causam paralisia local, estão localizadas nos meridianos que controlam as áreas não vitais. As cavidades fatais se encontram nos meridianos conectados aos órgãos internos. São meridianos absolutamente vitais para a circulação do CHI.
 
 
        YUE FEI

Yue Fei (岳飛) nasceu em 17 de março de 1103 e faleceu em  27 de janeiro de 1142. Foi um líder militar chinês patriota e nacionalista que combateu pela Dinastia Song contra o exército Jurchen da Dinastia Jin (1115-1234).
A este General foi atribuída a codificação das técnicas milenares do Chin Na que hoje integram a maioria dos estilos do Kung Fu chinês.
Sobre este lendário general chinês, também conhecido como Wu Mu, conta-se que certa vez venceu um exército de vinte mil homens com apenas quinhentos soldados.
Segundo a lenda, antes que saísse para se unir ao exército em 1122 a mãe de Yue Fei tatuou quatro ideogramas em suas costas: seu significado, "servir o país com lealdade" (精忠報國). Esta tatuagem seria uma lembrança constante do seu dever de proteger a China a qualquer custo.
Foi traído por ministros do imperador que recebendo suborno do inimigo que não conseguia vencê-lo, acusaram-no de traidor e foi enforcado.
Ainda segundo lendas, Yue Fei desenvolveu o estilo de arte marcial conhecido como Hsing-I Chuan.